• Du, scheue Muse …
  • Vida: palco giratório {pt}
    • About me {en}
    • Sobre mí {es}
    • Über mich {de}
  • Poesia
    • Esse mundo é meu
    • Modulaciones en sol menor
    • Versos dispersos
  • Prosa
    • Fragmentos
  • eBooks

text&music

~ Poesia ~ Poetry ~ Lyrik : mostly!

text&music

Category Archives: Esse mundo é meu

Elegia prematura

04 Sunday Nov 2018

Posted by jrBustamante in Esse mundo é meu, Poesia

≈ 1 Comment

Tags

Carlinho Bustamante, elegia prematura, repouso eterno, saudade

In memoriam

Carlinho Bustamante

¡Qué tierno como el rocío!
Pero ya duerme sin fin.
No te conoce tu recuerdo mudo
porque te has muerto para siempre
como todos los muertos de la Tierra.
Federico García Lorca
Llanto por Ignacio Sánchez Mejíasi

…so leben wir und nehmen immer Abschied.
Und das Totsein ist mühsam und voller Nachholn,
dass man allmählich ein wenig Ewigkeit spürt.
Rainer Maria Rilke
Duineser Elegienii

♦ ♥ ♦

Carlinho, irmão do coração e de toda a vida
infância condividida mocidade compartida
e tantos anos de incerto vaivém pelo mundo

por que essa pressa em livrar-se do tempo
para enfrentar-se aos obscuros caminhos
da eternidade?

Não me venham dizer que já não podemos
nunca mais levar aquela prosa de mineiro
se rindo das coisas que só nós entendíamos.

Setenta e cinco não é idade pra dizer adeus
a ninguém, o mesmo teria dito ao nosso pai,
estivesse a seu lado quando se foi.

Que coisa tão estranha não estar mais
entre os vivos, justo quem tanto apego
tinha à vida com seus risos e mágoas.

Na lista de nossos mortos mais queridos
tocou-lhe o número dez e o que mais dói
é essa verdade pura e dura…

prematura como a de nosso pai
que até hoje parece impossível
vida e morte “a canto aiêio”.

Na estela de antigos passos pelos morros
e veredas do nosso velho caxambu fica
a lembrança eterna de um garoto

da pá virada do riso fácil e da infinita
bondade de um coração que nunca
soube dizer não.

Foi isso que te cansou e apressou
a tua última viagem? Ou foi antes
um imprevisto desvio no caminho

que te levou a ser pai em vez de ser
o padre que nunca fui para tornar-me
o andarilho sem destino permanente

a não ser o de (entre outras inutilidades)
ser poeta com que também cantar teu nome?

Ser padre. Por que eu e não você que tanto
se dedicava ultimamente aos evangelhos
epístolas e martirológios?

A morte é surda, sei que não me escutas,
coração cansado, corpo consumido, agora
encerrado e só numa dura casa de pedra

dorme em paz, irmãozinho, dorme
teu eterno sossego das labutas diárias
e das mágoas e dores de toda a vida.

Agora mesmo me sinto rodeado
de tua presença silenciosa e inerte
para um último abraço que ficamos
devendo um ao outro… até outro dia…

Inconsútil porém é aquele rosto,
humanado cilindro silencioso
frente ao tempo, e em poesia recomposto.
Jorge de Lima: último soneto


i…Que terno como o orvalho!
Mas já dorme para sempre.
Não te conhece tua lembrança muda
porque para sempre estás morto
como todos os mortos da Terra.

F. García Lorca: Lamento por Ignacio Sánchez Mejías

ii…assim vivemos e sempre nos despedimos.
E estar morto é penoso e quanta ânsia de recuperar
lentamente a sensação de um pouco de eternidade.
R. Maria Rilke: Primeira elegia de Duino


Copyright © by text&music – j.r.Bustamante, 2018
de “Fragmentos do horizonte” (Esse mundo é meu)

Share:

  • Click to email this to a friend (Opens in new window)
  • Click to share on Facebook (Opens in new window)
  • Click to share on Twitter (Opens in new window)
  • Click to share on Pinterest (Opens in new window)
  • Click to share on Google+ (Opens in new window)
  • Click to share on WhatsApp (Opens in new window)
  • More
  • Click to share on LinkedIn (Opens in new window)

Like this:

Like Loading...

Image

Toma o livro e devora-o!

23 Monday Apr 2018

Tags

Dia Internacional do Livro, farola crakelada, joseba plazuelo, simbiosis artística III

“E fui ter com o anjo dizendo-lhe
que me desse o livro!
E me disse: toma e devora-o!
Ele te será amargo no ventre,
mas na boca doce como o mel.” Apoc 10, 9

sei que sou poeta porque outro dia
um anjo querubim batendo asas na noite
da minha aldeia passou por mim e de graça
me deu um livrinho de marfim e pedrarias
em branco onde só se lia uma palavra
p o e s i a

é assim como vejo as coisas deste mundo
sob o esplendente prisma da palavra dita
ou escrita em qualquer idioma legível
mesmo para um profundo analfabeto
ou até para um cego de nascença
p o e s i a

no meio de todo ‘el mundanal ruido’
com tantos decibéis e as vertiginosas
imagens que nos saltam diante dos olhos
de qualquer monitor o que me consola
e às vezes também me desola é a
p o e s i a

nada como um livro tranquilo bem escrito
em prosa corrente contendo uma bem contada
mentira ou a verdade que emana como pura
p o e s i a

silenciando todo e qualquer ruído
exterior e imergindo-me numa aura
de profundo silêncio e contemplação
onde o que conta é o encontro pessoal
a  p o e s i a   a  p o e s i a   a  p o e s i a
imagens feitas de palavras sossegadas
brilhantes alucinantes dançantes
no ritmo calado das horas mortas
da noite da minha aldeia onde um anjo
querubim só pra mim sorrindo assim…

iluminado por um poste de luz mística
transparente como essa de um fulgor
tão efêmero… das mãos
de Joseba Plazuelo García
{que aliás é meu amigo}

 

© Copyright by text&music.jrbustamante, 2018
Especial no “Dia Internacional do Livro”

© Copyright by “farola-crakelada“-creopinturas-plazuelo-garcia-joseba.illuminati.per.la.iluminacion.de.una.bombilla.fundible.y.efimera

Share:

  • Click to email this to a friend (Opens in new window)
  • Click to share on Facebook (Opens in new window)
  • Click to share on Twitter (Opens in new window)
  • Click to share on Pinterest (Opens in new window)
  • Click to share on Google+ (Opens in new window)
  • Click to share on WhatsApp (Opens in new window)
  • More
  • Click to share on LinkedIn (Opens in new window)

Like this:

Like Loading...

Posted by jrBustamante | Filed under Esse mundo é meu, Poesia, simbiosis artística

≈ Leave a comment

Image

Dezembro 4

04 Sunday Dec 2016

Quando nascesti tu, nasceva il sol…

(A. Carlos Gomes, “Lo schiavo”)

poema-da-mae800

Share:

  • Click to email this to a friend (Opens in new window)
  • Click to share on Facebook (Opens in new window)
  • Click to share on Twitter (Opens in new window)
  • Click to share on Pinterest (Opens in new window)
  • Click to share on Google+ (Opens in new window)
  • Click to share on WhatsApp (Opens in new window)
  • More
  • Click to share on LinkedIn (Opens in new window)

Like this:

Like Loading...

Posted by jrBustamante | Filed under Esse mundo é meu, Poesia

≈ Leave a comment

← Older posts

Gesang ist Dasein!
(R.M.Rilke)

Immer nur lächeln … (Lehár-León)

Recent posts

  • 3 books / 3 livros (libros) 31/12/2018
  • Elegia prematura 04/11/2018
  • ATENÇÃO: novos mistérios dolorosos 28/10/2018
  • Entre rosas ou jasmim 16/09/2018
  • Llama votiva 19/08/2018
  • La noche más clara… 30/07/2018
  • Ah, essas mãos (raízes)… 12/06/2018

Enter your email address to follow this blog and receive notifications of new posts by email.

Join 108 other followers

I’m on Facebook

I’m on Facebook

I’m on Twitter

My Tweets

Blogroll

  • a punto DVISTA – VisualArte
  • Achtsam in Berlin
  • Biblioklept
  • escrevescreve
  • juan gelman

Website

  • Carmen Durán soprano
  • Gardyn Studio, Madrid (ES)
  • Il Club dei poeti
  • La voz de los poetas
  • Poesia – Rivista Mensile…
  • poetenladen
  • Poetry Foundation
  • Poetry International
  • VILLA-LOBOS a new way

Tags

100 años A. M. Matute about poetry about writing Alemanha/Brasil amores anos de chumbo Brotmaße im Mittelalter Camino de Santiago Canción de Osmar Pérez Freire childhood Chinaski-Bukowski desamores ditadura de 64-85 no Brasil ditadura e covardia ditadura no Brasil 64-85 eBooks el libro encontros e desencontros espacio de color y colores imbuídos espacios de color imbuidos flor y mujer Fragmentos Freiburger Münster Freiburg i. B. heidelberg Henry Miller Inferno infância Italo Calvino Jorge de Lima joseba plazuelo Kindheit Leben in Deutschland le livre lengua madre literatura española literatura italiana Medidas de pão em Freiburg mehrsprachig midlife crisis mito mobbing kids Montale multilingual Mutter Opernsängerin natal tropical o livro Orfeo Orfeu Orpheus paixões Paradiso Pavese pequena saga rural poesia em português poesia italiana poesía en español Português / Portuguese prejudice Prosa pátria minha racism Rainer Maria Rilke scotch simbiosis artística Simbiosis artística II sol edad y sexo soneto? tinieblas tortura tortura e torturadores Vater-Tochter-Beziehung Vinicius de Moraes World of Sex

Blog at WordPress.com.

Cancel
loading Cancel
Post was not sent - check your email addresses!
Email check failed, please try again
Sorry, your blog cannot share posts by email.
%d bloggers like this: