Aretê {Repetir é preciso!}
Meu tributo pessoal no Dia da Poesia
O homem armado
que em clandestinos porões
semi-escuros blindados duros
submete avilta tortura e mata
a um homem atado seminu
sem armas —
identifica-se: bastardo
do ventre mais desgraçado
de mulher nascida
O homem dotado de poderes
e instrumentos de morte
contra um homem culpado de nada
a não ser de [ameaçado]
resistir à opressão —
revela-se: bastardo
do ventre mais aviltado
de mulher parida
entre bastardos dessa natureza
e as vítimas da opressão mais
aviltante [que um dia entre nós
se atreveu] – identifique-se
revele-se a diferença
entre valor e covardia!
{© do livro «Nem ostras nem ostracismo», J.R.Bustamante, 2008, Hirschberg, Bergstrasse, Alemanha}