PARABÉNS, maninha caçula!

Não tens fala, nem movimento nem corpo.
E eu te reconheço.

Não sofras, por não te poderes levantar
do abismo em que te reclinas.

E hoje era o teu dia de festa!

(Cecília Meireles, ELEGIA)

Faz exatamente três meses
que as malditas rodas do destino
ceifaram tua curta vida, minha
querida maninha caçula.

Como dar-te hoje meus parabéns
pelos anos vividos, sessenta e sete
exatos, não, exatos não porque
a misteriosa mão invisível que rege
nossas vidas quis encurtar a tua
levando-te antes do tempo…
três meses antes de completar esses
breves sessenta e sete pelos quais
queria dar-te meus mais sinceros e
carinhosos parabéns, isso, parabéns!

Mas como fazer se já não estás aí
para recebê-los e com tua inexorável
alegria responder com um simples
obrigado meu irmão!

Te guardarei na memória e no coração
por todo o tempo que me resta até
alcançar a dimensão eterna em que
agora te encontras.

Que vontade, Lurdinha,
vontade mais louca de te abraçar
como quando eras pequena, ansiosa
me esperando com o pacotinho de bolachas
de arroz (tá lembrada?) que trazia de São Paulo
cada quinze dias de volta a casa.

Era chegar e saltava a pergunta
que é isso Zzinh, e eu, sei lá, chinelo velho
sempre era chinelo velho o pacote duplo
de bolachas de arroz que com tanta gula
comias até acabar o pacote, então tinha
outro chinelo velho escondido e você
se alegrava e me abraçava…

Que saudade
querida maninha caçula de quando
eras pequenininha e me abraçavas
com tanto carinho e alegria e gula
de bolachinhas de arroz que não eram
senão ‘chinelo velho’

 

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do livro inédito “Esse mundo é meu

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Hoje – Dia Mundial da Poesia?

que hoje é o dia da poesia?

por que tem um dia a poesia
se todo dia e cada dia
tem de ser dia de poesia?

que mania é essa de dizer
que hoje é dia disso e daquilo
quando hoje é mais um dia de vida
e vida sem poesia… tem sentido?

hoje eu quero toda a poesia que houver
e quero o ritmo de um verso qualquer
pra festejar a alegria de viver
mais um dia de primavera
brincando nas pétalas de uma flor
e no canto florido de uma graúna

com os versos mais sinceros
de um poeta desconhecido
deste e de outro hemisfério

Copyright © text & music jrBustamante, 2024

¡Palestina, Palestina!

¡Palestina, Palestina, qué desgraciada eres!

Evocando el poeta Miguel Hernández
practicamente asesinado por los fascistas
de paca la culona, altero un poco
su famoso dicho a la pobre Josefina
y repito aquí —lleno de rabia e impotencia—

¡Palestina, Palestina, qué desgraciada eres!

Que me perdonen los judíos que puedan
sentirse ofendidos, pero lo que su gobierno
(igual de fascista y terrorista como aquel
de paca la culona) está perpetrando
contra el pueblo palestino, ya no desde hoy
sino desde la fundación de su estado,
parece querer superar lo que los nazis
(de infame y criminal memoria) hicieron
con su gente en los hornos de Auschwitz
y en otros sitios de execrable pasado —

Maldita sea la guerra de Gaza
(asistida y apoyada por el gran Satán)
y malditas sean todas las guerras, igual
a la que hace el enano calvo de Moscú
contra tantos inocentes en los campos
y pueblos de Ucrania —

Malditos sean todos los señores y servidores
de la guerra que se manchan de la sangre
de tantos inocentes en una y otra parte
del mundo, malditos sean, mil veces
malditos por los siglos de los siglos —

Que la sangre de los niños inocentes
muertos por soldados de Israel y Moscú
(con la ayuda de miserables capitalistas)
caiga sobre ellos y los cubra de la más
ignominiosa culpa y que la maldición
del Universo os persiga hasta el fin
de sus miserables días —

Dios, o Dios, si tú existes y no estás
ni sordo ni ciego y si aún tienes algún
poder en tus omnipotentes manos,
baja ya de tu trono y lanza sobre la horda
de tantos asesinos el furor de tus rayos —

¡Amen y Aleluya, maldita sea esa
puta pesadilla!

© by text & music jrBustamante, Christmas 2023