Hommage… le livre… les poètes

Habent sua fata libelli

Le livre, pour vieillir
Yves Bonnefoy (1923- )

Étoiles transhurnantes; et le berger
Voûté sur le bonheur terrestre; et tant de paix
Comme ce cri d’insecte, irrégulier,
Qu’un dieu pauvre façonne. Le silence
Est monté de ton livre vers ton coeur.
Un vent bouge sans bruit dans les bruits du monde.
Le temps sourit au loin, de cesser d’être.
Simples dans le verger sont les fruits mûrs.

Tu vieilliras
Et, te décolorant dans la couleur des arbres,
Faisant ombre plus lente sur le mur,
Etant, et d’âme en fin, la terre menacée,
Tu reprendras le livre à la page laissée,
Tu diras, C’étaient done les derniers mots obscures.

{Livre interpretação do autor}

Estrelas transumantes; e o pastor
voltado para a ventura terrestre; e tanta paz
como esse grito de inseto, irregular,
que um pobre deus regula. O silêncio
elevou-se de teu livro a teu coração.
Move-se um vento sem ruído entre os ruídos do mundo.
De longe o tempo sorri, por cessar de existir.
Simples no pomar os frutos maduros.

Envelhecerás,
e ao esmaecer ante o colorido das árvores,
fazendo sombra mais lenta sobre o muro,
sendo, por fim na alma, a terra ameaçada,
retomarás o livro na página onde o deixaste,
e dirás, eis as últimas palavras obscuras.

© by JR Bustamante, text & music, 2017

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Amanecer en Cangas

¡Asómate a la ventana,
Paloma del alma mía,
que ya la aurora temprana
nos viene a anunciar el día!

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Orfeu sou eu… (assim fosse!)

[…]
O Orpheus singt! O hoher Baum im Ohr!
[…]
Denn Orpheus ists! […] Ein fur alle Male
ists Orpheus, wenn es singt!

R. M. RILKE – »Die Sonette an Orpheus«

RilkeSonett_01-640x480Interpretação pessoal (em Português)

[…] O poema nasce:
Orfeu, Orfeu, Orfeu que me desperta.
(Jorge de Lima: «Invenção de Orfeu»)

Um deus sim que pode. Mas como há de
segui-lo um homem com a simples lira?
Na mente um dilema. Onde se cruzam
dois corações não há templo a Apolo.

Canto, como ensinas, não é desejo,
nem porfia por algo enfim logrado.
Canto é essência. Para um deus, muito fácil.
E nós, quando somos? E ele, quando

volve ao que somos os céus e a terra?
Não é isso, jovem, amar, embora
a voz te force a abrir a boca, – aprende

a deslembrar teus cantos. Desvanecem.
Realmente cantar é outro sopro.
Um sopro em vão. Pairar em Deus. Alento.

Interpretación personal (en Español)

Un dios lo puede. Pero, dime, ¿cómo
le sigue un hombre con la simple lira?
En mente un dilema. Donde se cruzan
dos corazones no hay templo a Apolo.

Canto, como lo enseñas, no es deseo,
ni el ansia por cosa al fin lograda.
Canto es esencia. Para el dios muy fácil.
Mas nosotros ¿cuándo somos? ¿Y cuándo

a nuestro ser vuelve él cielo y tierra?
No es eso, joven, que ames, y a fuerza
te abra la voz tu boca, – aprende

a olvidar tus cantos. Duran tan poco.
En realidad, cantar es otro soplo.
Un soplo y nada más. En Dios. Un aura.

(De «Outros Poetas – poemas traduzidos»)

amRilkesGrab460x550Do alto da majestosa rocha de Raron, onde repousa em seu nicho cercado de rosas »Oh reiner Widerspruch« Rainer Maria Rilke, o (jovem) visitante, sem palavras ante a beleza natural, o magnífico vale e as montanhas suíças, relembra versos do Poeta.
Terá sido lá pelos perdidos 80 e tantos.

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