Adán & Eva

El señor Dios le dio también este precepto diciendo:
puedes comer del fruto de todos los árboles del paraíso.

Mas del fruto del árbol de la ciencia del bien y del mal no comas,
porque infaliblemente morirás. (Gn II, 16-17)

Adán y Eva habían estado mirándose largamente
ocupados tan solo con la belleza de sus cuerpos recién creados
la boca y los labios la nariz y los ojos el pecho liso de uno
el pecho abultado del otro el misterioso ombligo que va a dar
al pubis y de allí al sexo… tan distinto y bien adaptado el uno
al otro que de inmediato se pusieron a probar
sin reparo ni vergüenza…

Entonces apareció el espíritu maligno
disfrazado de serpiente y con una pícara sonrisa
convenció a Eva de que probase el fruto del árbol
que contenía la ciencia del bien y del mal y después
se lo diese a su marido (que en ese instante se había
adormecido) para que lo comiese también él…

Mal habían degustado el más dulce fruto del paraíso
cuando de los fondos del Edén retumbó la poderosa voz
Adán Adán ¿dónde estás? (en latín, claro, ubi es, lengua
sacra pero también muy cachonda) y Adán (que acabara
de despertar para comer del fruto de la mano de Eva)
del susto de verse desnudo al lado de la mujer y
sin saber qué contestar a la retumbante interpelación
divina supo en esa hora terrible que estaba condenado
irremediablemente a trabajos forzados y a ganarse la vida
con el sudor de su frente y a aguantar las quejas de Eva
por los dolores del parto… y por la miseria de su sueldo.

Palabras extraídas del “Libro del Desarraigo”,
publicado en 2018 por el Grupo Editorial AZUR

 

novos mistérios dolorosos – notturno & fuga, op. 7

A IDA

onde surge o protagonista, à imagem e semelhança de quem um dia, finda esta história, poderá por convenção denominar-se herói, ou melhor anti, com suas primeiras falas, vocabulário e sintaxe assaz peculiares, digressões, manias, peripécias (conhecenças?), as quais — por diversas e salteadas, incluindo verbosas passagens de talvez penosa menção — intenta-se agrupar em forma de crônica ou relato (com um mínimo de comentários sem pretensão) para maior facilidade e deleite de quem se habilite…

* * *

— …ahn bom, vinha lhe dizendo, odiar não que ódio eu não sinto não siô nem nunca senti que me alembre ou quem sabe pode que seja mas contanto que, ahn, pois então, estou achando que fosse até incapaz de fato… odiar, ué!, e odiar o semelhante é coisa que preste? Homessa, peço vênia, presta não siô. O doutor aí, com esse sistema de ir se achegando, perguntinha aqui outra ali, vara e anzol com isca na ponta, acabou me fisgando, ara veja, acho que eu andava aí meio bagre meio lambari descuidado com alguma cisma girota ou pensamentão cavernoso me azoretando a ideia e no vaivém da parolagem e da excogitação fiquei desprecatado… perigo siô, me dá de acontecer amiúde, língua solta destramelada, se abusar dá ingresia, quantas que já não deu numas veredas por aí, leva a breca mesmo… ô língua siô, mas porém o que não podemos é estar de goela seca, hem, assim o verbo não escorrega maneiro, doutor desculpe o mau jeito, não é por lhe abusar não siô, mas querendo e apetecendo é só mandar mais uma aí pra gente poder prosear de acordo, ahn quê que acha? Marelinha ou da branquinha mesmo, tanto faz, com efeito, sim, vamos lá uai, oba, lhe agradeço a prontidão, e nesse entremeio o doutor já pode atacar, vai que vai, se acanhe comigo não siô, pela idade e o jeito mais amoitado de viver nesses tempo que corre, a saber, a época atual, ando meio descomunicado das coisas gerais e duns particulares, só que, ahn bom, o doutor indague à vontade, vamos supor lá da roça ou causo passado de povo antigo que sendo coisa que me alembre e se não ignoro o fato dá pra engrenar uma prosa de acordo e aí conversa vai conversa vem, um gole aqui e outro ali, vou lhe arrematar que com muito prazer, fazendo questão, posso lhe contar graúdos e miúdos, ara veja, sim siô que presteza, olhaí o moço, garçom mais ligeiro, oxa, a vossa saúde e que Deus lho pague, ah chuá brrr troço bão siô, barbaridades, agora esse causo aí que o senhor se arreferiu, antes agorinha pouco, a porreima, o que me dá interiormentes é um princípio de pesadume, sentimento espinhoso, mor de tristura macambúzia, é ué, na hora que a coisa arrocha é o que sempre sempre se depara no peito e me aperreia, qualidades de uma forte desavença interna nas tripas querendo esganar por dentro nossas capacidades, o caboclo pra começar vai sentindo que nem uma pedra na altura do embigo aqui assim ó onde pesa e acocha inda mais e depois dum cadim de tempo parece que mexe e vira e remexe com as pacueras repuxando pra baixo até sojigar duma vez o camarada e com efeito tal desarranjo já cheguei a padecer um par de vez cogitando por acaso de fraquejo e desordem do própio organismo interno devido algum verme parasito provenientes da podriqueira e corrução das águas a lixaiada toda e essa imundícia do cão por aí, a mosquiteira empesteada e vários de comer que topamos pelas bocas em lanchonete barata vagabunda boteco de esquina pastelaria de japonês coisa e tal, malefício retado sendo tudo qualidade de mal a pior tipo sortido ou marmitex causo que povo do comércio o que querem é faturar às custas da gente, ó, e o baiano o que carece é de encher a pança pra contentar a fome onde aguentar os trancos e barrancos, favorecendo também aquele chiado fininho e delorido que infesta e molesta por dentro ferrando a saúde do caboclo quando o bucho começa a se encolher cada vez mais e vai se atarracando e acochando até encostar no espinhaço devido o vazio que se dá com a fome que acontece pela falta de comer, falei de baiano, mas até eu que não sou baiano, deus o livre, é só o que eu quero ué, com efeito mor de que saco vazio não para em pé, para? O doutor já viu?


Pois é, com efeito, e sem alimento não tem sustento nem por fora e nem por dentro, assim que na hora do aperto enfio a mão no bolso devagarzinho e refaço a conta dos trocados pra não se avexar e dar carta de pobre, dando pra ir levanto a voz e mando que venha, daí a pouco, meia hora quando muito, me chega o garçom equilibrando ali bem do dele aquela tremenda patureva descorada cor de fundo de panela, uma pitaca esfumegando pela beirada do prato fundo e fazendo rodamoinho pra cima e pros lados que nem cerração na lagoa onde se espalha no ar aquele cheirinho insolente o qual não se sabe bem nem o que não é nem as procedências e nem a compostura do contêudo nem nada, sendo de amargar sim siô, dá dó, mormentes aquele saborzinho ferrado que temos de empurrar goela abaixo e que nem pinga braba não remedeia… outro macete legal pra dominar esse tipo de rango é o freguês afundar no molho de pimenta que está ali no balcão à vontade com bastante alho cebola e óleo por cima bem espalhado e revirado o qual porém não gosto de facilitar porque diz que se abusar possa que dê desandeira braba feito enxurrada morro abaixo no que então o cidadão sofredor perde o sossego do intestino e sai roçando vassoura igualzinho lagarto rabudo aí pela varge quer dizer sai dando com o rabo no vassourá que é como se diz quando a barriga do caboclo desanda e no apuro todo o desinfeliz não sai do mato cursando igual bezerro novo com diarreia solta, igual que se tivesse ingerido por mal dos pecados uma moringa de óleo de rício, aquela aca fodida de mamona e um ardume retado no rabo que aliás nem macaco nem bicho do mato nenhum não aguenta e grita e sai se escafedendo pra longe, o doutor me releve e não arrepare se sou obrigado a lhe esmiuçar esse vexame o qual francamente quem é que já não teve, é ou num é, contanto que, ahn bom, isso aí pra não falar no destempero lascado que sofremos depois do desarranjo, novidades da moléstia tipo queimação por dentro arroto choco azedume no céu da boca e nos vãos da gengiva fígado estufado e gravíssimo delorimento dum lado e do outro o caboclo fraquejando na base do vaivém sem poder se afirmar direito no batente conforme o horário arretado que tenha, ou num bom passatempo de prosa fiada ou importante com camarada de serviço resultado de jogo malhação de comunista no porão do quartel ou por outra num divertimento legal com o mulherio das bocas, que aliás é o que mais diverte, perigando de fazer feio e se borrar todo na hora do bão, o senhor imagina? Oxa, pra lá de nós! Ahn bom, e pra danar mais a corrução, vai-se incrementando despois aquela bambeira nas pernas que nem numa ladeira abaixo, oxa, frouxidão feia no esqueleto, contanto que ahn bom comigo não siô, a diferença eu bem conheço e ali no ato já conferimos… com efeito, mas primeiramente quero lhe consultar um particular que vem me arreliando a ideia faz tempo, peço vênia, seguinte ó, bestunto e muito tino compá Zaía, que é o nosso jeito de se tratar um com outro lá na roça quando estamos proseando junto, o Zaía da Estronqueira e eu, onde ele tem um cadim mais de cartilha que eu, é ué, manja melhor de governar o palavreado que carece ter pra semostrar instrução e conhecimentos, assunto por sinal que quando mais não seja opino que se embaraça e ninguém não destrincha nem desenleia, o senhor queira atinar comigo e com todo respeito lhe apresento, seguinte, o que ainda não se deu, veja bem o doutor, vou lhe rebater pra firmar bem a minha ideia própria da questão, mor de clarear do que se trata… o que ainda não se deu nem aconteceu… o doutor está atinando?


Aquilo que ainda vai acontecer porque tem de acontecer e acontece mesmo nem que a vaca tussa, quer dizer, o que ainda não se deu de acontecer mas vai acontecer no duro por destinação e estatuto de vida e a força viva da natureza, se será que antes já não havera de ser, ahn? Ah, pois havendo e existindo antes de virar acontecimento de fato pra qualquer vivente, igual que seja caboclo sertanejo ou doutor instruído e milico presidente ou delegado fedaputa, aonde possa que resida, mire veja, aonde é que se forma no anteriormente do fato? A saber, com que nos esconsos da pessoa? O doutor, que é que opina? Quer dizer, se será que já vive sondando a gente de perto enrustido, o malefício da disgrama, como que por detrás ou por dentro do esprito? Ou por outra, antes do presidente dar a ordem o fedaputa do delegado já mandou executar porque a ordem já vibrava no ar zumbindo de alegre, feroz e selvagem, e antes do caboclo dar o golpe o doutor já vinha com a injeção colorida pra remediar a operação, porque o crime já era ordem e já era palavra e mando e se o caboclo não executa vem o fedaputa do dops e ajeita os bagos dele na bigorna. Coisas da toleima que andava querendo indagar do doutor que é entendido e se formado em devocacia e direitos, a bem dizer, se o senhor é de opinião que por acaso existe tal coisa por dentro da gente nalgum recanto aí num rincão num vade-retro numa sombra de nuvem tapando a claridade… isto é, muito antes de se dar o fato, ahn, o senhor atina? Quando mais não fosse um evento se armando se arretesando no ar, hoje amanhã ou somana que vem, mês que entra e ano que começa e acaba, e assim pela vida afora de nós tudo, inocente e pecador, foda lhe digo, eventos desacontecidos esperando a hora e a vez de acontecer, bem no repente ali, zás, qualquer horinha quando menos se espera, tudo que é causa de sorte ou azar, graças e desgraças da pessoa causa de uruca feia de gente ruim, povo língua de trapo e olho gordo, praga, invejas, quizília braba, corrução do organismo, espinhela caída, e esse tristume sem pé nem cabeça que sempre acoxa o peito da gente ninguém sabe por quê, o desgoverno geral e particular, encravo sem arrumação… ou por outra uma ocorrência gozada, pândega e motejos dum caboclo desbocado, bom contador de fudeca, os belos encontros e boas conhecenças que a gente topamos por aí e ó, vamos praticando, mormentes com rabos de saia, também possa acontecer ué, tudo isso afinal, se será que já esteja de atocaia por dentro da pessoa, na ideia, no miolo, no tutano, nos avessos espreitando arrodeando e bem do dele esperando pra cair de maduro, corrupiando no ar que nem rodamoinho de vento na moleira do vivente distraído ou igual nuvem breada maneirosa que primeiramente vai se ajuntando ali por detrás dum espigão e escurejando no céu pra depois despencar na hora dela que lhe sai de dentro cuspindo raio e trevoada que deus o livre ou bem que nem uns mosquitinhos em bando azoretando no ar e que quando a gente vê ó, sai pestes!, ou abençoado gavião pinhé numa traição de voo parado esvoejando sem sair do lugar, enfins esse espotismo de novidades que num triz de surpresa cai de cima pra baixo e se apossa de nós, do pensamento e das boas intençãos da pessoa… ahn! Ara veja, maluquice de ideia, vixe! Tem vez que fico até sem jeito de se entreter com coisa assim sem fundamento, despropósitos, cogitação maluca que sempre me aporrinha, dá zonzeira arretada, o senhor acha condizente? Eu por mim ignoro mas porém nesse particular estava querendo lhe consultar pela opinião mestra que o doutor possa me conceder, atino mesmo é com um mero fenômeno de desacorçoo demais da conta, doutor conhece a ladainha, labuta tazanada de todo santo dia, bumba daqui bumba dali, serviço retado da pior qualidade, e vem um desalento espichado por dentro, carregoso, pesando que nem saco de chumbo no cangote, veneta de se livrar e de mandar tudo pros quintos das arraias, demência arretada na cachola dificultando a mentalidade, pandemônios, deus o livre, pode até que seja de fato devido à maçada da nossa tarefa aí, é ué, só possa mesmo, como diz compá Zaía, o tremendo batente da pesada conforme já lhe falei e arreferi… ahn!? Oxa, falei ué, peço vênia, está deslembrado? As ordens do governo coisa e tal, ahn bom… isso aí sim siô. Causos. Decerto o doutor ainda não tinha acabado de chegar do estrangeiro e pode que não esteja a par dessas novidades do país então vou lhe dizer, seguinte ó — Continue reading

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ARACÉLIA – quando pai e filha cuja mãe de repente

(Romance/Novel)

{Português/Portuguese}

https://www.amazon.com/dp/B09KF1HJXH/

No apogeu de sua carreira falece, pouco antes de completar os 40, uma diva da lírica espanhola.
O marido, brasileiro radicado na Alemanha, tem de assumir sozinho os cuidados da pequena Aracélia.

Anos mais tarde, incentivada pelo pai, cabe a ela recompor o perfil da mãe e com isso tentar superar sua perda – e os próprios conflitos.
Buscando monopolizar as atenções do pai, que aparentemente repele o suposto assédio de mulheres, estranhas ou conhecidas, Aracélia sofre bruscas alterações de humor e violentos ataques de ciúme.
A aparente normalidade da relação pai e filha encobre frequentes crises e fortes tensões. A recordação da mãe passa a segundo plano, ganhando maior destaque a própria biografia, sempre à sombra do pai.

O empenho da mãe em querer manter a todo custo a harmonia familiar sofrera um enorme revés pelo enlace com Álvaro e o nascimento de Aracélia. Todos confiavam numa brilhante carreira lírica com vantagens sociais e financeiras.
As aventuras amorosas da avó materna e as constantes brigas dos pais, os problemas da tia Jenny com a droga e a bebida, o desconforto das viagens e a vida no estrangeiro – a mãe, de caráter hipersensível, não pôde resistir por mais tempo.

Aracélia rememora os fatos em grande parte durante o Caminho de Santiago, que realiza em companhia do pai para celebrar, com certo atraso, sua formatura.

A vida longe da terra natal, ainda mais na Alemanha, de certa maneira em ostracismo, tem para Álvaro sequelas imprevisíveis. Seu misterioso pasado e o precário estado de saúde pressagiam um dramático desenlace.
Resultado: esboço de três biografias, traçado por Aracélia de forma bastante peculiar.

Sua comovedora carta de despedida ao amigo Norma, de Santiago, a única pessoa de confiança que ainda se mantém fiel, revela a completa falta de perspectiva com relação ao futuro e a consequência de sua reação.

A carta de Norma, desde Compostela, salva-a de sua última loucura.


Aus den Tropen – Großstadt-Fragmente

(Roman/Novel)

{Deutsch/German}

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HAUPTFIGUREN

  • Legendäres luxuriöses Hochhaus in S. Paulo, der erste Wolkenkratzer der Stadt – schillernder Mikrokosmos mit bewegter Geschichte, um die Zeit (der Handlung) ziemlich verwahrlost. Tür an Tür: Alltag im Elend, Chaos, Unrat, dekadenter Luxus, vielerlei Geschäfte, Gaunereien, Verbrechen – der ganz normale Irrsinn der Großstadt, an einem Ort konzentriert.
  • Eine Gruppe von Freunden um die dreißig und ihre Geschichten ums Überleben.
  • Ein Liebespaar, eine Obsession
  • Dazu: unzählige Nebenfiguren und Statisten.

ZEIT

  • Um 1965/1985: turbulente Zeiten in Brasilien. Militärdiktatur. Knallhart greift das Militär durch, tatkräftig unterstützt/anerkannt von den USA und Europa (BRD-Atomverträge). Folgen: Verschleppungen, Folter, Mord, Menschen spurlos verschwunden. Um sich zu retten, tauchen manche unter, so auch der Erzähler, der sich allerdings nicht ganz retten kann. Andere Freunde und Bekannte gehen drauf.

INHALT

  • Montagmorgen: mitten im Geschrei von streikenden Bankangestellten fällt ein Schuss in dem Hochhaus. Ringsum der übliche Dauerlärm und das tägliche Chaos des Autoverkehrs. In seinem Zimmer oben – der Melancholiker. Was machen die Freunde? Wo ist seine Braut? Was ist ihr Geheimnis? Was geschah mit beiden? Ihre obsessive Liebesgeschichte zieht sich wie ein roter Faden durch die ganze Handlung.
  • Nach 20 Jahren: Erinnerungen kommen auf. Auf die Notizen des Erzählers basiert der Roman. Begegnungen und Gespräche mit Freunden, Storys vom Hörensagen, Notizen der verschollen Braut. Mit Rückblenden, Abschweifungen, Einschüben entsteht eine nicht lineare Erzählung. Offenbar unter den Folgen von Folter (nach einer langen Odyssee im Untergrund) und paranoiden Erscheinungen fällt dem Chronisten wider Willen denkbar schwer, Fakten und Personen richtig einzuordnen (inklusive sich selbst) und so seinen »Notizen« die endgültige Form zu geben. Zudem schwelgt er in erotischen Fantasien, angeblichen oder realen Liebesaffären, seiner kritischen Lebenslage völlig entfremdet.
  • Zum Schluss kümmern sich lediglich zwei Freunde aus alten Tagen um ihn und seine »Notizen«. Eine Professorin, die ihn nach vielen Jahren zufällig wieder trifft, in der Anstalt mehrmals besucht und tröstet, im Briefwechsel mit dem gemeinsamen, zwischen Deutschland und Spanien pendelnden Freund, von ihm und seinem Zustand berichtet, wie von seinem sonderbaren Konvolut, mit dem sie nichts anzufangen weiß. Aus ihrem letzten Brief entnimmt man auch die letzten Informationen – über den Erzähler und seine »Chronik«.
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